Em nota, a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, lembra que a data honra a memória de homens e mulheres que “se revoltaram em Santo Domingo abrindo caminho para o fim da escravidão e da desumanização”, em 1791.
Foi naquela noite que a então ilha abrigou o movimento que “teria um papel crucial na abolição do tráfico transatlântico de escravos”.
Com a revolta, o Haiti se tornou a primeira república governada por descendentes de africanos.
Azoulay afirma que esse capítulo da história mundial deve servir de lição para “desconstruir os mecanismos retóricos e pseudocientíficos” que viabilizaram o crime da escravatura e da escravidão.
A chefe da Unesco ressalta que “a lucidez é o requisito fundamental para a reconciliação da memória e o combate a todas as formas análogas à escravidão atuais, que continuam afetando milhões de pessoas, especialmente mulheres e crianças”.
Oportunidade
A Unesco lembra os princípios do projeto intercultural “A Rota dos Escravos” como uma oportunidade para uma reflexão coletiva sobre as causas históricas, os métodos e as consequências “dessa tragédia humana”.
A agência quer também que sejam analisadas as interações entre África, Europa, Américas e Caribe.
O Dia Internacional em Memória do Tráfico de Escravos e sua Abolição ocorreu pela primeira vez com eventos culturais e debates no Haiti, em 1998, e na área de Goree no Senegal no ano seguinte.
A França abriu as portas para as celebrações em 2001.
O Museu Têxtil de Mulhouse realizou uma oficina de tecidos chamados indiennes de traite, uma espécie de chita que servia de moeda no comércio de escravos nos Séculos 17 e 18.
Nenhum comentário:
Postar um comentário