Em menos de uma década, as energias renováveis se consolidaram no
mercado mundial e deixaram de ser consideradas energias do futuro para
serem energias do presente. Em 2012, o setor das energias renováveis
recebeu cinco vezes mais investimentos do que em 2004, provando que
estas conseguiram conquistar seu espaço nas matrizes energéticas, mesmo
que lentamente em muitos casos.
O relatório publicado, hoje, pela PEW,
(leia a versão em inglês) aponta que apesar da queda de 11% nos
investimentos, o setor atingiu o recorde de novos 88 GW instalados no
mundo, resistindo à retirada de incentivos e iniciativas prioritárias
por parte dos governos. Outra novidade é a transição geográfica e
tecnológica: as energias renováveis estão se movendo da Europa e dos EUA
para focarem nas economias emergentes e, além disso, há uma forte
transição da energia eólica para a solar.
O Brasil segue como um dos protagonistas das energias renováveis, ocupando o 8o
lugar de capacidade instalada entre os países do G20. Outro relatório
que traz um panorama positivo para o Brasil é o do Conselho Global de
Energia Eólica (GWEC).
Mais gigawatts no ar
O Conselho Global de Energia Eólica (GWEC) publicou hoje (leia
a versão em inglês) os dados atualizados de energia eólica referentes
ao ano de 2012. Embora a crise econômica traga incertezas sobre os
principais mercados da OCDE (Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico), a fonte continuou crescendo graças à
manutenção de fortes mercados na China, Índia e Brasil. A publicação
ainda destaca o surgimento de outros países na América Latina, África e
no resto da Ásia com potencial para liderar o crescimento da fonte
eólica no mundo.
A China, o maior mercado do mundo, pretende aumentar 18 GW de
instalações em 2013, pouco mais do que a capacidade instalada da Usina
Hidrelétrica de Itaipu. Enquanto isso, o mercado latino-americano
continuou sendo liderado pelo Brasil que acrescentou 1 GW de energia
eólica à sua matriz e 15 mil novos empregos verdes serem criados para
atender a indústria eólica no país.
Este cenário ainda tende a melhorar para o Brasil. Estima-se que, em
2013, o Brasil alcançará a marca de 5 GW de energia eólica, tornando-se o
10o maior mercado no mundo. O relatório aponta o país como
um dos mercados mais promissores, podendo ultrapassar 2 GW de
instalações anuais, mas para isso precisa de condições estáveis de
incentivos, financiamento e regras de contratação, para garantir a
sustentabilidade da indústria.
“A energia eólica pode ser intermitente, mas a maior ameaça ao
crescimento estável da indústria é a imprevisibilidade dos políticos
responsáveis por estabelecer marcos para o setor da energia”, afirmou
Steve Sawyer, secretário-geral do Conselho.
Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Clima e Energia do
Greenpeace, complementa que "é necessário que as garantias de regras
constantes e isonômicas entre fontes renováveis sejam mantidas nos
leilões de energia, para que não apenas mantenhamos a evolução da
energia eólica, mas também abramos espaço para a energia solar e
recuperemos o desenvolvimento de usinas de cogeração a biomassa e PCHs,
que contribuirão para a segurança energética do país nos próximos anos."
Fonte: greenpeace.org.br
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